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Polícia Científica destaca a atuação profissional da mulher na área da perícia criminal

Instituição tem servidoras pioneiras em diversos campos de trabalho, como peritas criminais, médicas legistas, auxiliares técnicas e assistentes administrativos

O Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, 8 de março, reitera a reflexão sobre a importância da participação das mulheres em espaços institucionais de poder, com todos os direitos conquistados em lutas e reivindicações históricas. Na Polícia Científica do Pará (Pcepa) as mulheres representam 44% do quadro. São peritas criminais, médicas legistas, auxiliares técnicas de perícias e assistentes administrativos.

Com ampla experiência institucional, a perita criminal, Isabela Barretto, é a primeira mulher a ser diretora do Instituto de Criminalística (IC) “Iran Bezerra”. Com 11 anos de atuação profissional como perita, ela já trabalhou em diversos setores, como o de Crime Contra a Vida, Papiloscopia, Crimes Contra o Patrimônios, Grafodocumentoscopia e, ainda, na Gerência de Inteligência. Uma rotina corrida, lembra ela, entre a unidade regional de Castanhal e a sede, em Belém.

"Na mudança para a atual gestão, fui convidada a assumir a direção do Instituto de Criminalista. Nós temos o desafio de gerenciar três coordenações, a de engenharia legal, perícias genéricas e a de laboratório, além da parte operacional e da assessoria direta à direção geral" - observa a diretora sobre as atuais reponsabilidades.

Isabella Barretto afirma, também, que

"o IC, embora esteja lotado em Belém, está presente nas quatro Unidades Regionais da Pcepa no interior, então, é um desafio grande administrar tudo, mas a responsabilidade é dividida com as gerências, compostas por muitas mulheres competentes. A gestão atual se mostra muito consciente da importância da mulher na instituição, todos os setores têm uma representatividade feminina grande e isso é importante, já que o universo da segurança pública é composto majoritariamente por homens” - pontuou a diretora do IC.

A perita criminal, que está à frente da Coordenação Legal de Antropologia Forense (Colaf), Maria Betânia Lisbôa, também tem uma longa história como perita odontolegista.

“Quando entrei, era a única mulher do grupo chamado, era meu primeiro trabalho depois de formada, tive muitos desafios, mas sempre os tratei com competência, buscando capacitação" - disse.

"Entrei em 1990, fazendo, neste ano, 32 anos de Pcepa. Pude perceber que por muito tempo homens dominaram a profissão, mas devido ao aumento de informações acerca do ofício da perícia, as mulheres passaram a demonstrar mais interesse na profissão, o que é ótimo para a sociedade. Nós mulheres estamos a cada década caminhando para a ocupação de cargos de chefias, pois hoje temos mais espaço para demonstrar nossas capacidades e, assim, contribuir com a instituição” - afirmou Maria Betânia Lisbôa.

“Minha formação nesta área foi feita no Rio Grande do Sul, e, logo que cheguei à instituição como médica legista - na época, apenas uma diretoria técnica de perícia da Polícia Civil, o único psiquiatra havia se aposentado, então, a segurança pública me nomeou para o cargo" - A psiquiatra, Elizabeth Pereira, gerente da Coordenação de Psiquiatria Forense da Pcepa, destaca-se na instituição por ter sido a primeira mulher psiquiatra forense do Pará.

"Sempre fui respeitada, nunca tive problema de comportamento abusivo por parte dos colegas homens. Eu já tenho tempo de aposentadoria, mas simplesmente não consigo larga o ofício, porque, apesar de tantos anos neste trabalho, a psiquiatria ainda é muito estimulante para mim” - observou a médica legista.

A assistente administrativa Janete Soares é outro exemplo de profissional com orgulho de sua trajetória pessoal.

“Ao longo dos 14 anos que trabalho na Pcepa, passei por diversos setores, como Local de Crime, Almoxarifado, Laboratório, Secretaria do IC e Secretaria do Gabinete, sempre me preocupando em dar o meu melhor. É muito satisfatório perceber que, pelo meu empenho, consegui chegar a outros setores, como o laboratório, local que sempre quis trabalhar por ser compatível com a minha formação profissional em Farmácia. Atualmente, me sinto muito valorizada, reconhecida e acolhida pela instituição, em um momento feliz no trabalho pois vejo que a atual gestão dá espaço para todas as pessoas, sem discriminação de gênero, valorizando o trabalho das mulheres” - apontou a servidora.

Atualmente, a Pcepa possui 325 peritos criminais, sendo 40% mulheres. Dos 171 médicos legistas, 48% são mulheres. Dos 143 auxiliares técnicos de perícia, 51% são mulheres. Outra área de destaque institucional é a administrativa, que concentra 40% de mulheres.

“Diversas mulheres ocupam cargos de confiança na Polícia Científica Do Pará, que exigem maiores responsabilidades administrativas, tanto na sede, quanto em unidades regionais e núcleos avançados. O requisito de escolha é sempre a competência, sem discriminação alguma de gênero” - afirmou Celso Mascarenhas, diretor-geral da Pcepa.