PCEPA realiza intercâmbio de conhecimento com outras polícias científicas do Brasil
Visando buscar boas referências para a constante melhoria da Polícia Científica do Pará (PCEPA), peritos criminais e outros servidores que estão à frente de gerências e núcleos do órgão têm se deslocado até outras polícias científicas do Brasil. O objetivo é o intercâmbio de informações, integração e padronização de procedimentos, além de buscar conhecimento sobre áreas que a PCEPA visa inovar na instituição.
Parar tornar os setores mais céleres, e com melhor operacionalização, nos últimos meses, os peritos visitaram tanto a Polícia Científica do Paraná, referência em perícias de extração de dados, quanto a Polícia Científica da Paraíba, referência em Cadeia de Custódia.
“Iniciamos neste ano, uma série de mudanças na instituição em relação à extração de dados forenses, além de mudanças no que tange conteúdos audiovisuais, e buscamos reestruturar a Gerência de Perícia em Informática, assim como o Núcleo de Fonética Forense. Essa ideia surgiu em 2021, com uma visita à Polícia Científica do Paraná, adotamos o modelo criado por eles, e agora estamos levando os novos gerentes para eles entenderem e tirarem dúvidas sobre o funcionamento do modelo” - explicou a diretora do Instituto de Criminalística e perita criminal, Isabela Barretto.
A produção de laudos periciais relacionados a dispositivos digitais cresceu 86% entre 2021 e 2023, com um total de mais de 2000 laudos entregues no último ano.
"Junto com o aumento exponencial na quantidade de dispositivos digitais em uso, a expansão das redes sociais e da interação comercial on-line, houve um crescimento desmedido de crimes cibernéticos e, consequentemente, na necessidade de análise de vestígios digitais para produção da prova técnica. Além disso, o crescimento da capacidade de armazenamento em dispositivos e em nuvem, juntamente com a revolução da inteligência artificial, impõem um desafio gigantesco para a perícia criminal. Diante deste cenário, torna-se inevitável a necessidade de uma perícia criminal cada vez mais estruturada, especializada e atualizada. A Polícia Científica do Paraná é referência na área, com um modelo de produção em massa, tipo industrial, com divisão de tarefas em estações e padrões repetitivos de operação para otimizar e agilizar os processos. E vamos adaptar esse modelo em nossas unidades" - afirmou o perito criminal e gerente do setor de Inteligência da PCEPA, Mario Guzzo Jr.
A Central de Custódia também passa por modificações. Inaugurada em agosto de 2022, a partir da criação da Lei 13.964, de 2019, conhecida como Lei do Pacote Anticrime, a Central da PCEPA é uma das primeiras existentes nas polícias científicas do país.
“A Polícia Científica da Paraíba tem um ótimo sistema informatizado de rastreamento e fomos até lá para buscar referências para a criação do nosso, que entrará em vigência ainda este ano. Verificamos além das instalações da Central de Custódia, mas a tramitação dos vestígios, o fluxograma, entre outras experiências de intercâmbio de informações. Verificamos, em relação a outras polícias científicas que, em alguns aspectos, como a custódia externa, onde a nossa já está um pouco mais avançada” - explicou a perita criminal e coordenadora da Central de Custódia, Lucila Almeida.
“Estas visitas visam a integração e a busca de modelos em estados de referência. Já realizamos muitos processos que fazem lá, mas ainda não há uma padronização, uma operacionalização, e isso será muito importante” - afirmou o perito criminal e diretor-geral da PCEPA, Celso Mascarenhas.
Um dos meios de viabilizar a integração entre as polícias científicas do Brasil é o Conselho Nacional de Dirigentes da Polícia Científica (CONDPC).
“Temos reuniões online uma vez por mês, estamos presentes em todos os congressos, nos reunimos para discutirmos os paradigmas. Com esse contato, conseguimos perceber que temos realidades diferentes, cada polícia científica tem um ponto forte, logo, assim como os peritos da PCEPA estão se deslocando para aprender, também estamos nos deslocando para fornecer informações sobre as perícias que nos destacamos. Por exemplo, em relação à participação dos peritos em equipes dos órgãos de segurança das operações ambientais, além de ações da gestão que são elogiadas, como os consultórios humanizados do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), o baixo custo e a alta performance que a novas mesas de necropsia trouxeram, entre outras ações” - afirmou o diretor.