Análises periciais da Polícia Científica contribuem com 'Operação Curupira'
Núcleo de Crimes Ambientais da Coordenação de Engenharia Legal da Polícia Científica atua para subsidiar as iniciativas dos agentes da segurança pública
Os 100 dias da Operação Curupira foram marcados por números expressivos no enfrentamento de crimes ambientais no Pará, o que o tirou da lista de Estados com as maiores áreas desmatadas no País.
A Polícia Científica do Pará (Pcepa), por meio do Núcleo de Crimes Ambientais, integra as ações do Sistema Estadual de Segurança Pública e da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
O Núcleo de Crimes Ambientais pertence à Coordenação de Engenharia Legal e está presente nas três bases fixas montadas pelo governo estadual para o combate ao desmatamento no território paraense.
Perito, Erick Coelho, em trabalho de campo pela Operação Curupira
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), em três meses de operação, foram flagradas a exploração ilegal de madeira e garimpos ilegais, sendo 30 fiscalizados e mais de 80 mil hectares embargados.
Atuação da Polícia Científica
Os agentes da segurança pública também apreenderam 18 mil litros de combustível e, pelo menos, 90 maquinários foram inutilizados. Os peritos criminais auxiliaram a força-tarefa, com diversos procedimentos no combate ao desmatamento, queimadas, extração ilegal, e identificação de madeira. Um serviço que subsidia os embargos das áreas por parte dos demais órgãos de segurança.
Agentes de órgãos de segurança na Operação Curupira encontram maquinás utilizadas para crimes ambientais
A polícia científica atua na Operação, desde o início, em 15 de fevereiro passado, quando foram deslocadas para as bases fixas de São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso 18 equipes, entre peritos criminais, auxiliares operacionais, auxiliares técnicos de perícia e motoristas da unidade sede, em Belém, mas também das Coordenadorias e Núcleos Regionais do órgão. Os peritos encaminhados são escolhidos de acordo com suas formações em áreas do conhecimento que compreenda a operação, sendo eles engenheiros agrônomos, florestais e geólogos.
Para o engenheiro florestal e perito criminal Erick Coelho, que participou de duas operações:
"o trabalho pericial não termina com o campo. Quando voltamos para nossa base, ainda precisamos preparar o laudo pericial, que de fato vai materializar o dano ambiental causado pelos infratores, onde nele vai constar quando aquela área começou a ser explorada, seja por garimpo ilegal ou extração ilegal de madeira, o tamanho da área, onde ela está inserida, se é Área de Preservação Permanente, Terra Indígena, Unidade de Conservação, ou seja, em que contexto ela está inserida, de forma a valorar os danos pra embasar uma pena justa aos infratores” - informou.
A contribuição pericial à operação é feita com tecnologia, por meio de softwares de geoprocessamento de dados, de geolocalização e também do repasse de informações do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (CIMAM), onde é possível realizar o trabalho.
“A importância das bases fixas é que, a partir do momento que recebemos o acionamento do CIMAM, como as equipes estão em prontidão nos locais próximos ao suposto local de crime ambiental, conseguimos nos deslocar rapidamente para dar o flagrante e poder ajudar a SEMAS nesta força-tarefa” - afirmou o perito criminal e coordenador do NCA, Enaldo Ferreira.
“Além de coordenar, organizar as escalas, ir para as reuniões, vou para campo também trabalhar na operação diretamente, realizando com muito gosto, por amor à profissão e com orgulho do trabalho. Admiro o trabalho das equipes, pois o trabalho é árduo, acontece em áreas complexas de mata e mesmo assim têm disposição para trabalhar nesta operação importante para a proteção da Amazônia” - concluiu o coordenador.