Polícia Científica promove capacitação para trabalho de perícia em explosões
Iniciativa aborda a legislação, regras de segurança, protocolos de coleta de explosivos e propriedades químicas, entre outros assuntos
A Polícia Científica do Pará promoveu o II Curso de Perícias de Explosões e Análise de Explosivos, organizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento e Pesquisa (Coapes), da PCEPA. A capacitação quer formar os peritos de vários setores da Polícia Científica para a atuação em situações de perigo iminente de explosão. O curso também objetva qualificar os laudos técnicos em relação a crimes que usam explosivos.
De acordo com a Polícia Científica, o curso foi ministrado pelo perito criminal da Polícia Científica do Alagoas, com o apoio do Esquadrão AntiBombas, equipe especializada de explosivos do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), da Polícia Militar (PM), Gerard Deokaran.
Assim como na primeira edição do curso, a fase teórica ocorreu no Centro de Formação de Praças da Polícia Militar (CFAP) e foi apresentada a legislação aplicada, regras de segurança, protocolos de coleta de explosivos, fenômenos e propriedades específicas da explosão, química e fisicamente falando, para que os alunos possam comprovar cientificamente uma explosão e descrever as consequências de explosões, além de demonstrações de pequenas explosões e procedimentos de segurança.
Na parte prática, os peritos se locomoveram até uma área inabitada na Alça Viária, onde serviu de local para a detonação de quatro explosivos realizadas pelos técnicos explosivistas do BOPE. O procedimento serviu para orientação aos peritos sobre a desmontagem de artefato, coleta de vestígios, filmagem em segurança, entre outras ações, que os ajudarão a comprovar a explosão de natureza química.
“O curso é muito importante para a segurança pública como um todo para que estejamos preparados para este tipo de caso, que ocorre em todo o Brasil, envolvendo explosões de instituições financeiras, o chamado ‘novo cangaço’. Nesse sentido, o curso trouxe muitos elementos para o aperfeiçoamento das nossas técnicas” - afirmou o perito criminal Djalma Frade.
Peritos no II Curso de Perícias de Explosões e Análise de Explosivos
A segunda turma do curso contou com 20 alunos inscritos, mas a novidade deste ano é que agentes de segurança de outras instituições inscreveram-se, sendo 2 bombeiros e 2 peritos criminais da Polícia Federal (PF). De acordo com Iara Pereira, tenente do Núcleo de Perícias em Incêndios do Corpo de Bombeiros do Pará, aluna do curso
“é importante que nós busquemos aprimoramento, além de multiplicar dentro da nossa corporação a doutrina, algumas características muito específicas sobre explosivos, além da oportunidade de conhecer, criar uma relação entre as instituições, que permite que cada uma respeite o espaço, conheça o trabalho da outra e possamos atuar de forma conjunta para a preservação da cadeia de custódia e assim servir melhor a sociedade” - pontuou a tenente.
O perito da Polícia Federal, Thiago de Vasconcelos, pontuou a importância da integração.
“Geralmente, estas situações de explosões são complexas e sempre ocorre de ter cooperação com os bombeiros, com as outras polícias, e então o curso é interessante para que todos entendam e possam harmonizar a forma de agir, cooperar para melhorar a eficiência na segurança pública" - disse o PF.
Importância
Nesse sentido, a aproximação entre Pcepa e o Esquadrão de Bombas do BOPE apresentou resultados, após o primeiro curso.
“Os atendimentos de perícia em explosões foram otimizados a partir do momento em que este contato com os técnicos explosivistas do Bope foi realizado, pois há mais comunicação entre as instituições, além do que a preservação de vestígios por parte dos técnicos explosivistas e também pelos peritos está sendo muito maior, e, consequentemente, os peritos estão produzindo melhores resultados em laudos e aperfeiçoando mais suas técnicas forenses” - explicou o instrutor do curso Gerard Deokaran, perito criminal e especialista em explosivos da Polícia Científica de Alagoas.
Nesta edição, foram apresentados resultados de perícias de materiais colhidos na edição anterior, como DNA de toque, resíduos de explosivos e elementos balísticos. Também foram apresentadas novas técnicas usadas pela criminalidade para preparar melhor os alunos. Além disso, peritos criminais que participaram do primeiro curso apresentaram relatos sobre os resultados obtidos.
Em dezembro do ano passado, alguns dias após a primeira edição do curso, foi possível perceber os resultados da capacitação no caso que envolveu a explosão das agências bancárias do Banpará e Caixa Econômica Federal e de uma delegacia da Polícia Civil, no município de Garrafão do Norte. Naquela ocasião, os peritos criminais da PCEPA já capacitados coletaram vestígios dos artefatos explosivos, após serem detonados pelo Esquadrão Antibombas do BOPE, que contribuíram para as investigações sobre o caso.