post-image

Perícia Criminal do Pará intensifica ações de auxílio à Justiça neste ano de 2024

Setores da instituição como a Coordenação de Laboratório, Balística, Gerência de Perícia em Informática, contribuíram fortemente para qualificar inquéritos policiais

A Polícia Científica do Pará (PCEPA) tem como valores a ética, a imparcialidade, a transparência, a efetividade, a inovação e o compromisso para a execução da perícia criminal, em benefício da Justiça e da cidadania. E, em 2024, a instituição primou pela excelência no trabalho, por meio da atuação de suas equipes em Belém e no interior.

As equipes da Coordenação de Laboratórios da PCEPA obtiveram destaque. O Laboratório de Genética Forense bateu a meta estipulada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) em relação à coleta de DNA em custodiados para o Banco Nacional de Perfis Genéticos. Foram 1054 perfis inseridos em 2024, divididos em 9 visitas feitas às Unidades Prisionais do Pará, em parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). Desde 2019, foram inseridos 9.729 perfis de condenados de justiça, totalizando 30 “matchs”, nome utilizado quando há o cruzamento dos dados genéticos com algum vestígio.

O Laboratório de Instrumental, responsável pelas perícias da área de química forense, recebeu 100% de aprovação no III Ensaio de Proficiência de Identificação de Drogas, uma iniciativa organizada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

2024 foi o terceiro ano consecutivo em que o Laboratório chegou ao nível máximo de aprovação. Já o Laboratório de Toxicologia Forense obteve 100% de aproveitamento no Ensaio de Proficiência de Alcoolemia. Este projeto é organizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública, e avalia laboratórios de toxicologia forense das polícias científicas que realizam exame de alcoolemia em todo o Brasil. E, também, pelo terceiro ano consecutivo o laboratório obteve a nota máxima.

Força-tarefa em Bragança

Em abril, o caso que envolveu os corpos encontrados por pescadores dentro de uma embarcação à deriva, no litoral de Bragança, nordeste paraense, desencadeou uma operação minuciosa realizada por peritos da Polícia Federal (PF) e da PCEPA. Os agentes atuaram conforme o protocolo de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI), da Interpol.

A atuação da PCEPA iniciou com o registro da ocorrência, quando a equipe de peritos e da remoção do Núcleo Avançado de Polícia Científica de Bragança foi acionada. Após o resgate, a embarcação com os corpos foi levada para a base da PCEPA, ainda em Bragança, onde foi realizada a segunda fase da operação, com a perícia de local de desastre, exames de constatação na embarcação e em vestígios existentes no seu interior, buscando elementos identificadores dos cadáveres e de nacionalidade.

O trabalho conjunto entre PF e PCEPA resultou na confirmação da real quantidade de corpos e na origem africana, a partir de documentos encontrados. Os corpos foram removidos para a Unidade sede da PCEPA, em Belém, onde uma estrutura foi montada para realização da fase Post Mortem do protocolo DVI/Interpol, num trabalho multidisciplinar.

Atuaram, no citado caso, mais de 30 servidores da PF, PCEPA e do Instituto de Identificação da Polícia Civil (PCPA). Da perícia criminal do Pará, trabalharam peritos criminais, peritos odontolegistas e médicos legistas que, inclusive, ficaram inteiramente responsáveis por três estações de exame.

Crimes cibernéticos

Em maio, mês que se tornou conhecido como o de combate à exploração e abuso infantojuvenil, a PCEPA integrou forças junto com a Polícia Civil do Pará em operações para coibir crimes do gênero. Em 2024, o setor participou de 21 operações, entre elas Argos, Escola Segura, Lakshimi, Girassol, Terabyte, além das Operações Protego e Guardião Digital, realizadas no Estado de São Paulo, as quais ganharam destaque nacional.

post-image
Monique Leão/Ascom PCEPA

Em junho, peritos criminais da PCEPA realizaram reprodução simulada do caso da tatuadora Flávia Bezerra, de 26 anos, vítima de feminicídio em Marabá, região sudeste do Estado. A solicitação ocorreu por parte da Polícia Civil para entender a dinâmica do crime. A investigação foi feita por meio da Operação Anástasis, resultando na descoberta do corpo da vítima em uma cova, no município de Jacundá, há 114 km da região onde ela morava.

A reprodução simulada funciona refazendo o trajeto das pessoas envolvidas no crime, onde estas relatam o ocorrido no dia. Neste caso, os peritos refizeram o trajeto dos envolvidos em Marabá e em Jacundá, em que confrontaram as informações do inquérito, áudio do depoimento com fotos e vídeos do drone e das câmeras e assim criaram hipóteses. As hipóteses foram debatidas entre os peritos até chegar a uma versão final, que foi entregue à autoridade solicitante para o prosseguimento das investigações.

Balísticas

O Núcleo de Balística Forense destacou-se, em setembro deste ano, ao completar 100º “hits” realizados entre provas encontradas no local do crime e os projéteis e estojos provenientes de armas de fogo relacionadas às ocorrências.

O dado está sendo contabilizado desde o início da implantação do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em abril de 2022, no Pará, com a chegada do aparelho IBIS, um microcomparador balístico. O aparelho cataloga vestígios de projéteis oriundos de crimes, digitalizados no sistema pelos peritos, permitindo correlacionar crimes cometidos com a mesma arma no Pará ou em outros estados.

No Congresso Nacional de Criminalística, ocorrido em setembro deste ano, no Maranhão, a PCEPA foi premiada, estando entre os 10 estados com maior número de hits. A colocação contempla as compatibilidades analisadas pelos peritos criminais do núcleo com a ajuda dos dois aparelhos IBIS, que existem hoje no Pará - tanto o que está na sede da PCEPA em Belém, adquirido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), quanto o implantado na Coordenadoria Regional de Marabá, em funcionamento desde junho do ano passado, e adquirido por meio do Governo do Estado. Em números atualizados, o Pará já conta com 122 hits, e mais de 2 mil perfis balísticos inseridos no Sinab.

post-image
Monique Leão/Ascom PCEPA

Meio ambiente

A PCEPA, por meio do Núcleo de Crimes Ambientais, tem atuado ativamente nas operações Amazônia Viva e Curupira. Só em 2024, foram mais de 400 exames realizados pelo setor, referente às operações, além de outras solicitações de perícias - dentre eles, exames para detecção de queimadas, cubagem e identificação de espécie de madeira, danos em vegetação, corte de madeira, poluição hídrica, entre outro

Integrando as forças da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) em apoio a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a PCEPA desempenha papel importante dentro das ações coordenadas. Este ano, houve a mobilização de 78 equipes do Núcleo de Crimes Ambientais (NCA), distribuídas estrategicamente nas bases fixas nos municípios de Novo Progresso, São Félix do Xingu e Uruará. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), só em 2024, o desmatamento foi reduzido em 28,4%.

O NCA também atua ativamente em crimes contra maus tratos a animais. Em 2024, a PCEPA realizou o primeiro local de crime contra a vida de um animal, em Altamira.

A atividade pericial veterinária é regida pela Lei de Crimes Ambientais, artigo 32, que versa sobre o maus tratos de animais, envolvendo abuso, ferimentos e mutilações de animais domésticos e exóticos. Além da lei federal, há a lei Estadual 10.449, de abril deste ano, que torna maus-tratos a prática de abandonar animais domésticos em vias públicas, porta de abrigos e ONG’s.

Com a criação da nova lei Estadual, o número de pedidos de perícia tem aumentado. São realizadas operações integradas junto à Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), da Polícia Civil do Pará (PC). Em 2023, na Região Metropolitana de Belém, onde concentra-se a maioria dos casos de maus tratos, a PCEPA foi requisitada 136 vezes para perícias que envolvem esse tipo de crime. Só no primeiro semestre de 2024, a instituição foi requisitada 95 vezes pelos órgãos competentes, ou seja, quase 70% do número total do último ano.

post-image
Monique Leão/Ascom PCEPA

“Tivemos muitos avanços neste ano, como a implementação de laboratórios eficazes, de acordo com as normas técnicas. Estamos nos preparando para que no próximo ano os servidores venham a ter alguns benefícios, como o porte de arma. Nós tivemos um ano muito bom, seguindo com reformas, com implementações de serviços. Destacamos o Sinab, cada vez mais apresentando resultados eficazes, assim como o Banco de Perfis Genéticos, e nós estamos cada vez dando uma resposta à altura para a polícia judiciária”, - Afirmou o perito criminal e Diretor-Geral da PCEPA, Celso Mascarenhas.