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Trabalho das mulheres se destaca na perícia criminal do Pará

Na Polícia Científica do Pará (PCEPA) as mulheres representam 42% do quadro

O Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, 8 de março, reitera a reflexão sobre a importância da participação das mulheres em espaços institucionais de poder, com todos os direitos conquistados em lutas e reivindicações históricas. Na Polícia Científica do Pará (PCEPA) as mulheres representam 42% do quadro, divididas em peritas criminais, médicas legistas, auxiliares técnicas de perícias e assistentes administrativos.

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Perita criminal Yara Jennings é perita criminal há 18 anos
Foto: Amanda Monteiro / Divulgação

Com quase duas décadas como perita criminal, Yara Jennings, é farmacêutica-bioquímica. Com ampla experiência institucional, ela trabalhou por 11 anos pelos interiores do Pará, como Coordenadoria Regional de Santarém e nos núcleos avançados de Itaituba, Bragança, Paragominas e Parauapebas, passando também pela gerência regional da Coordenadoria de Altamira até chegar onde atua hoje, no Núcleo de Crimes Contra a Vida (NCCV), em Belém.

"Apesar de vários momentos desafiantes na carreira em que, predominantemente, é composta pelo universo masculino, onde há discriminação de gênero, jornada extenuante, os riscos inerentes da profissão, percebi que só aumentava a capacidade de superar os desafios, e a paixão pela profissão se consolidava. Atualmente, vejo que ocupar meu espaço como mulher e perita, me mantendo íntegra num contexto institucional, é motivo de orgulho"

A perita ainda participa como palestrante de eventos da segurança pública e de ciências forenses onde compartilha seus conhecimentos sobre assuntos que perpassam suas demandas de atuação no NCCV no tocante às ciências forenses, como feminicídio e demais violências contra a mulher.

"Tenho buscado capacitações a respeito do tema e compartilhado o aprendizado com meus pares na PCEPA e precisamos expandir capacitando ainda mais os servidores, bem como participado de eventos científicos apresentando estudos de casos correlatos à temática, participado de reuniões técnicas e eventos com a Polícia Civil do Estado do Pará, representando a perícia e, em breve, teremos um Procedimento Operacional Padrão para atender tais demandas específicas. De forma geral, percebo que estamos evoluindo cada vez mais, e isso me inspira a continuar seguir adiante na missão como mulher e perita criminal, fazendo o meu melhor para auxiliar a justiça e servindo a sociedade" - concluiu a perita.

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A perita criminal Elzemar Rodrigues é gerente do laboratório há 7 anos
Foto: Amanda Monteiro / Divulgação

A perita criminal e biomédica Elzemar Rodrigues, iniciou sua paixão pela área de genética ainda durante a universidade, desde que ganhou uma bolsa de iniciação científica no laboratório de genética. À época, as peritas criminais da época estavam realizando treinamentos no mesmo laboratório, onde acabavam realizando perícias.

"Me apaixonei pela profissão através de três peritas que me inspiraram, incentivando e apoiando a seguir a área forense. Fiz especialização, mestrado e doutorado voltados para a genética forense, dei aulas, conheci muitas profissionais excelentes e decidi fazer o concurso, onde trabalho desde 2010" - contou a perita criminal.

Devido sua experiência na área, foi lotada na Gerência de Exames Químicos, Físicos e Biológicos (E.F.Q.B), onde é gerente desde 2017, tendo recebido certificados de elogio de diferentes gestões. Além disso, como gerente do E.F.Q.B, o laboratório ganhou por dois anos seguidos em terceiro lugar como o Estado que mais inseriu perfis genéticos de condenados pela justiça, projeto da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

A assistente administrativa Janete Soares é outro exemplo de profissional com orgulho de sua trajetória pessoal.

“Ao longo dos 15 anos que trabalho na Pcepa, passei por diversos setores, como Local de Crime, Almoxarifado, Laboratório, Secretaria do IC e Secretaria do Gabinete, sempre me preocupando em dar o meu melhor. É muito satisfatório perceber que, pelo meu empenho, consegui chegar a outros setores, como o laboratório, local que sempre quis trabalhar por ser compatível com a minha formação profissional em Farmácia. Atualmente, me sinto muito valorizada, reconhecida e acolhida pela instituição, em um momento feliz no trabalho pois vejo que a atual gestão dá espaço para todas as pessoas, sem discriminação de gênero, valorizando o trabalho das mulheres” - apontou a servidora.

Atualmente, a PCEPA possui 308 peritos criminais, sendo 37% mulheres. Dos 123 médicos legistas, 30% são mulheres. Dos 132 auxiliares técnicos de perícia, 43% são mulheres. Uma área de destaque institucional é a administrativa, que concentra 49% de mulheres.

"Diversas mulheres ocupam cargos de confiança na Polícia Científica Do Pará, que exigem maiores responsabilidades administrativas, tanto na sede, quanto em unidades regionais e núcleos avançados. O requisito de escolha é sempre a competência, sem discriminação alguma de gênero" - afirmou Celso Mascarenhas, diretor-geral da PCEPA.

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Perita criminal Elzemar Rodrigues no laboratório de genética forense
Foto: Amanda Monteiro / Divulgação